Um Novo edital do transporte em Curitiba está prestes a ser lançado. O edital da nova concessão do transporte coletivo, marcando o início de uma transformação significativa no sistema de ônibus da capital paranaense.
O atual contrato do transporte em Curitiba, vigente desde setembro de 2010 com validade de 15 anos, será substituído por um modelo que prioriza integração multimodal, eletrificação da frota e modernização da gestão operacional.
Contexto Operacional Atual do Transporte em Curitiba
O sistema atual movimenta 15 milhões de passageiros mensais, sendo 3,2 milhões provenientes da Região Metropolitana que utilizam o sistema integrado sem custo adicional.
A estrutura conta com 22 terminais de integração, 244 linhas urbanas municipais, 62 linhas de transporte intermunicipal metropolitano e três linhas mistas, operadas por uma frota de 1.100 veículos.
Esse modelo, embora eficiente, apresenta desafios de modernização que o novo edital busca superar.

Principais Propostas para o Transporte em Curitiba
A nova concessão introduzirá mudanças estruturais significativas no sistema, tais como:
Reengenharia de linhas de Ônibus em Curitiba
Otimização da malha viária
Redesenho completo do sistema de rotas para eliminar sobreposições e aumentar a eficiência operacional, com ajustes de itinerários baseados em dados atualizados de demanda.

Eletrificação Gradual da Frota
Transição para veículos limpos
Plano de substituição progressiva dos ônibus a diesel por modelos elétricos, incorporando lições dos desafios enfrentados em outras localidades como a cidade de São Paulo.
Estratégia de implementação
- Coordenação com a Copel para expansão da infraestrutura elétrica
- Instalação gradual de pontos de recarga nas garagens
- Cronograma factível para aquisição de novos veículos

Governança Digital em Curitiba
Modernização dos sistemas
Implementação de tecnologias avançadas de monitoramento e gestão:
Componentes principais
- Plataforma integrada de gerenciamento operacional
- Sistema de indicadores de desempenho em tempo real
- Atualização dos sistemas de bilhetagem eletrônica
Desafios Críticos do Transporte em Curitiba
Obstáculos a superar
- Compatibilidade energética: Garantia de capacidade da rede elétrica
- Equilíbrio tarifário: Manutenção da sustentabilidade financeira
- Continuidade operacional: Prevenção de interrupções durante a transição

Posicionamento Institucional
Declarações das autoridades
- URBS: Compromisso com transporte “eficiente, integrado e sustentável”
- TCE-PR: Ênfase na transparência do processo
- IPPUC: Necessidade de alinhamento entre todos os envolvidos
O Transporte em Curitiba e sua Influência no BRT Global
Curitiba emergiu como pioneira mundial em transporte urbano inovador ao implantar, em 1974, o primeiro sistema de Bus Rapid Transit (BRT) do mundo, com posterior implementação ao adotar ônibus articulados de maior capacidade e ser a primeira cidade brasileira a operar com ônibus biarticulados.
Desenvolvido pelo arquiteto Jaime Lerner, então prefeito, o modelo revolucionário combinava faixas exclusivas, estações tubo e integração física-tarifária, inspirando posteriormente sistemas similares em Bogotá (TransMilenio), Cidade do México e Jacarta.

A eficiência do sistema curitibano – que hoje opera com 22 terminais, 244 linhas e 1.100 ônibus transportando 15 milhões/mês – consolidou o BRT como solução viável para cidades médias e grandes, especialmente em países em desenvolvimento.
O legado de Curitiba foi reconhecido internacionalmente, com a ONU classificando seu sistema como um dos 5 modelos de transporte mais sustentáveis do planeta em 2010.
Apesar dos avanços globais (hoje existem 170 sistemas BRT em 56 países), a capital paranaense enfrenta agora o desafio de modernizar sua infraestrutura envelhecida, mantendo sua posição como laboratório de mobilidade urbana enquanto implementa eletrificação e tecnologias digitais na nova concessão.

Curitiba na era Eletrificação do Transporte Público
Assim como se tornou referência global ao implantar o primeiro BRT do mundo nos anos 1970, o Transporte em Curitiba tem a oportunidade histórica de se reposicionar como modelo de transporte sustentável com a transição para ônibus elétricos.
O sucesso dependerá de um planejamento que evite os erros de outras cidades, como São Paulo, onde a falta de infraestrutura energética paralisou veículos novos.
A Transição tem grandes chances de ser um sucesso caso sejam observados três fatores:
1) expansão coordenada da rede elétrica (em parceria com a Copel);
2) cronograma realista de substituição da frota;
3) modernização dos corredores BRT para recarga rápida, poderá criar um case de sucesso tão revolucionário quanto foi seu sistema original.
Isso permitiria à cidade alcançar metas ambientais, reduzir custos operacionais no longo prazo e, principalmente, exportar know-how sobre as experiências de operação com ônibus elétricos, assim como fez com o BRT.
O momento exige a mesma ousadia planejada que transformou a capital paranaense em símbolo de urbanismo inovador no século XX.

O Futuro do Transporte de Ônibus em Curitiba
O Novo edital do transporte em Curitiba, representa uma oportunidade para a cidade retomar a liderança em inovação no transporte urbano brasileiro.
O sucesso dependerá da capacidade de executar uma transição ordenada, equilibrando modernização tecnológica com sustentabilidade financeira e qualidade operacional.
A população curitibana poderá acompanhar e participar do processo através das consultas públicas previstas para o último trimestre de 2024, momento crucial para garantir que as novas soluções atendam efetivamente às necessidades dos usuários.
(Fontes: Prefeitura de Curitiba, URBS, TCE-PR)

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