Nos final dos anos 80 e início dos anos 90, o ônibus Mafersa se destacaram no mercado brasileiro de transporte urbano como carrocerias de ônibus robustas, confortáveis e a frente do seu tempo.
O M-210 é reconhecido até hoje por sua qualidade e robustez, este modelo foi um dos grandes sucessos da época, oferecendo aos passageiros uma experiência de conforto e segurança sem precedentes. Equipado com motor Cummins e uma suspensão a ar extremamente macia, o M-210 se tornou uma referência no setor de transporte urbano.
Mafersa | Dos trens e metrô para os ônibus
A Mafersa (Material Ferroviário S/A) foi uma empresa pública brasileira criada em 1944, originalmente ligada ao governo federal brasileiro.
A empresa foi constituída com o objetivo de desenvolver e fabricar equipamentos e materiais para o setor ferroviário, visando modernizar a infraestrutura ferroviária do país, que na época ainda era bastante carente.
Ao longo dos anos, passou a atuar principalmente no fornecimento de vagões, locomotivas e outros materiais ferroviários, sendo conhecida pela sua robustez e qualidade. A Mafersa se consolidou como um dos principais nomes da indústria ferroviária no Brasil, especialmente nas décadas de 70 e 80, quando diversificou suas atividades e entrou no mercado de ônibus, com destaque para o modelo M-210.
A Mafersa foi privatizada no início da década de 90, em um movimento de desestatização promovido pelo governo federal. Mesmo após a privatização, a empresa enfrentou dificuldades financeiras, o que resultou no encerramento de suas operações em 1997.
A Revolução do Mafersa M-210 nos ônibus urbanos
O Mafersa M-210 foi projetado para o transporte urbano, um segmento que exigia veículos robustos e confiáveis devido às condições irregulares das vias urbanas e à alta demanda de passageiros. Este modelo possuía:
- Motor Cummins: Considerado um dos mais potentes e eficientes da época, o motor Cummins do M-210 proporcionava desempenho superior, garantindo viagens tranquilas e com maior economia de combustível.
- Suspensão a Ar: Uma das principais inovações do M-210, a suspensão a ar proporcionava uma viagem confortável, absorvendo os impactos das irregularidades das ruas brasileiras, o que tornou o modelo muito popular entre motoristas e passageiros.
- Carroceria Robusta: A estrutura do M-210 foi projetada com base nos princípios de resistência que a Mafersa desenvolveu no setor ferroviário.
Isso resultou em um ônibus capaz de suportar as condições mais adversas, tornando-se um dos veículos mais duráveis de sua época, além de ter um amplo salão de passageiros e poltronas traziam muito conforto durante as viagens.
Trólebus Mafersa M-210
Os trólebus fabricados pela Mafersa também se destacaram como uma parte importante da história do transporte público no Brasil, especialmente nas décadas de 80 e 90.
Esses veículos eram movidos por eletricidade e foram utilizados em diversas cidades brasileiras, como São Paulo, Santos e no Corredor Metropolitano ABD, que conecta municípios da região do ABC Paulista.
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Os trólebus da Mafersa foram fabricados em um período em que as cidades brasileiras buscavam soluções mais sustentáveis e eficientes para o transporte público.
O modelo de trólebus se mostrava vantajoso, pois oferecia uma alternativa limpa e silenciosa em relação aos ônibus movidos a diesel, ao mesmo tempo em que era robusto o suficiente para suportar as condições urbanas brasileiras.
Esses veículos eram equipados com carrocerias fabricadas pela própria Mafersa e tração elétrica fornecida por empresas especializadas, como a Villares. Assim, eles combinavam a expertise da Mafersa em produzir carrocerias resistentes com a tecnologia elétrica de ponta.
Trólebus em São Paulo
Na cidade de São Paulo, os trólebus integraram a rede elétrica de transporte, sendo usados em diversas linhas ao longo das décadas de 80 e 90. A cidade possuía uma extensa rede de trólebus, e os veículos da Mafersa foram responsáveis por oferecer um transporte eficiente e mais ecológico em meio à crescente poluição causada pelos ônibus a combustão.
Os trólebus Mafersa eram conhecidos pela sua durabilidade e conforto, e operavam em algumas das principais avenidas e corredores da cidade. Eles eram especialmente úteis em áreas onde a demanda por transporte público era alta e onde os benefícios ambientais eram mais visíveis.
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Santos, outra cidade a adotar trólebus Mafersa, também se beneficiou da implementação de veículos elétricos. O sistema de trólebus em Santos era conhecido por suas belas paisagens e proximidade com o mar, e o uso de veículos elétricos ajudava a reduzir a emissão de poluentes no ambiente. Os trólebus fizeram parte da frota que operou em várias rotas urbanas da cidade, contribuindo para um transporte público mais limpo.
Corredor Metropolitano ABD EMTU
O Corredor Metropolitano ABD, que conecta os municípios do ABC Paulista e foi inaugurado na década de 80, também contou com trólebus Mafersa em caráter de testes operacionais.
Esse corredor é uma das principais vias de transporte da região, ligando municípios como Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema a São Paulo.
Anos depois, os trólebus ganharam destaque no Corredor ABD por sua capacidade de oferecer um transporte limpo e de alta capacidade em um sistema exclusivo, sem interferências do tráfego convencional. Além disso, a operação em faixas exclusivas permitiu um serviço mais rápido e pontual.
Trólebus com Robustez e Durabilidade
Os trólebus da Mafersa seguiram a tradição da empresa de fabricar veículos de grande durabilidade e robustez. Assim como os ônibus rodoviários e urbanos e a empresa utilizou sua expertise em materiais ferroviários para criar carrocerias extremamente resistentes, adequadas para a operação intensa e contínua que o transporte público demandava.
Mesmo após décadas de operação, muitos dos trólebus da Mafersa ainda eram vistos nas ruas, provando a longevidade dos veículos. Eles eram valorizados pela sua manutenção relativamente fácil e pela sua resistência, mesmo em condições de operação severas.
O Fim dos Trólebus Mafersa
Com o encerramento das atividades em 1997 e a gradual modernização das frotas de transporte público em várias cidades brasileiras, os trólebus da Mafersa foram gradualmente sendo retirados de circulação. No entanto, na cidade de Santos, eles permaneceram em operação por muitos anos, devido à sua durabilidade e eficiência.
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CONHEÇA AGORA NOSSA LOJAÔnibus Urbano Motor Traseiro Mafersa M-210
Além de sua robustez, o M-210 era um dos poucos modelos de ônibus urbanos da época a incorporar o motor traseiro em sua característica.
O motor traseiro sempre foi empregado nos ônibus mais pesados eram destinados a linhas de alta demanda para transportar uma grande quantidade de passageiros com bom desempenho.
O motor Cummins, montado na parte traseira dos ônibus Mafersa, ajudava a reduzir o ruído na cabine e melhorava a distribuição de peso, oferecendo uma experiência mais confortável para os passageiros.
O Sucesso do Mafersa M-210: Durabilidade e Confiabilidade
O M-210 e o M-210S foi amplamente utilizado em grandes centros urbanos do Brasil, especialmente em cidades como São Paulo e Belo Horizonte. Sua durabilidade e confiabilidade fizeram com que muitas unidades permanecessem em operação por anos, mesmo após o fim da produção.
A capacidade do modelo de lidar com longos períodos de operação contínua, aliado a seus baixos custos de manutenção, fez do M-210 um sucesso duradouro.
Ônibus Mafersa M-240 Lançamento Expobus 1992
O Mafersa M-240 Turbo foi lançado em 1992 como uma versão mais potente dos veículos urbanos da marca. oferecendo uma motorização mais forte e a opção de câmbio automático, algo inovador para a época.
A proposta visava melhorar o desempenho dos ônibus, especialmente em áreas urbanas com tráfego intenso. No entanto, o modelo não obteve o sucesso esperado, em parte devido ao contexto econômico e à própria situação da montadora, que enfrentava dificuldades financeiras.
O Encerramento da Mafersa: Fim de uma Era
Apesar do sucesso do M-210, a Mafersa enfrentou dificuldades econômicas na década de 90, resultado de crises financeiras e da concorrência crescente no setor de indústria de carrocerias de ônibus. A empresa encerrou suas operações em 1997, marcando o fim de uma era de inovação e excelência no transporte público brasileiro.
Mesmo após o fechamento da Mafersa, o legado do M-210 continuou vivo. Muitos dos modelos fabricados continuaram a rodar por anos, servindo como um testemunho da durabilidade e qualidade que a Mafersa trouxe ao setor de transporte urbano no Brasil.
A Mafersa sem dúvidas, foi uma das fabricantes de ônibus mais inovadoras de sua época. A combinação de suas carrocerias e plataforma, associadas ao motor Cummins, suspensão a ar, fizeram com que os ônibus produzidos fossem amplamente elogiado por sua qualidade e durabilidade.
Embora a Mafersa tenha encerrado suas atividades há mais de 30 anos atrás, em especial o legado do M-210 permanece, simbolizando uma era em que a engenharia brasileira estava à frente de seu tempo no setor de transporte urbano.
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